quinta-feira, 5 de abril de 2012

Era verão...

Brincadeiras. Velhos risos e sorrisos. Tardes envolventes, céu azul, sol esplêndido. Era você e eu. Lembranças foram só o que restou. Costumávamos brincar de amar, e embora fosse uma mentira verdadeira, eu gostava de brincar de amar você. Sempre presente nos meus sonhos mais loucos, me pegava rindo sozinha imaginando como seria te encontrar novamente. Talvez eu fosse distraída, como todos costumavam me chamar. Se ao menos soubessem metade dos meus sonhos, das fantasias que eu criava na cabeça, não rotulariam minha falta de atenção como distração. Fim de noite. Era verão. Encontrávamos-nos sempre, no mesmo local, nos mesmos horários. Deitados assistindo o show de estrelas expandir o céu com sua beleza estonteante, fazíamos pedidos por nós. Era como se fôssemos cobertos por todo aquele manto negro, pontilhado por faíscas brilhantes. Observávamos o céu da noite, e parecia que o céu gostava de nos observar também. Ouvíamos as estrelas conversarem com nossos corações. Doces, puros. O tempo parecia parar. O coração acelerar, o ar falhar. Um beijo, o beijo, que beijo! Se eu pudesse, poderia passar horas descrevendo sobre aquele beijo, os arrepios transmitidos a cada movimento.
Dizem que amores vêm e vão. Que amores passageiros são como amores de verão. Pode até ser, talvez. Não durou, os momentos se passaram, a noite foi substituída pelo dia, as estrelas, pelas nuvens; a lua pelo sol. A ansiedade no coração transformara-se em aperto, em saudade. Do verão, restaram as brisas gélidas do inverno, as correntes frias adentrando o quarto. Embora fossem frias, as lembranças permitiam que fossem aquecidas, assim como o meu coração, após a ida desse amor de verão. Era eu e você.

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"Dê atenção ao que tem sintonia com você. E toque sua vida, sem agredir."

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