quinta-feira, 14 de julho de 2011

Calma, menina


Calma, menina. Respira, não se permita chorar ainda. Eu sei, deve estar doendo essa angústia dentro de você, esse medo, mas inspire e aspire; vai passar. Tudo passa, você já sentiu isso antes, não foi? Eu sei, às vezes é complicado ter que lidar com o nó que se forma dentro da gente; é o mesmo nó que sobe para a garganta e aperta, sufocando até que você cede e acaba desmoronando em lágrimas pra ver se diminui a angústia. Mas calma, menina. Você já sentiu isso antes; aposto que deve ser frustrante ter que colar no rosto um sorriso que você não tem vontade de dar, ou que até mesmo nem pertence à você. Você detesta fingir, não é mesmo? Fingir felicidade nunca foi seu forte, mas olha menina, você tem sorte, sempre soube mascarar bem esses medos que invade seu coração e a deixa aflita. Mas não se preocupe, se você manter essa máscara, esse disfarce de moça-sempre-feliz, talvez ninguém vá lhe perguntar nada, e suas fraquezas não estejam à mostra para que ninguém tire proveito. Você sempre detestou forçar sorrisos, pois adora sorrir, principalmente quando seus sorrisos são de verdade e espontâneos. Mas calma, menina, é só questão de ponto de vista. Você é forte, não é? É sim... Eu sempre acreditei em você, mesmo quando você mesma não acreditava que fosse capaz de enfrentar as tempestades do seu coração. Há ainda um pouco daquela garotinha de uns tempos atrás presente na moça que se tornou hoje, aquela que espremia o travesseiro quando o medo soprava longe seus sonhos. Mas sua fé sempre foi tão maior, até mesmo quando você não sabia usá-la contra esses receios. 

Calma, menina, é só uma maré, uma frente fria invandindo seu quarto. Veja, são só os galhos batendo na vidraça, não há nada que possa destruir o que você tem aí dentro. Sei que você quer chorar, então chore... deixe que as lágrimas saiam, para que possa ter espaço para seus mais belos sorrisos. Você não sabe explicar o que se passa aí dentro de você, eu entendo... De repente bate mesmo aquela tristeza, a brisa de vez em quando fica mais forte, mas não chega a ser ventania. Deixe estar, vai passar. Sempre passa, e você sabe tão bem disso. A moça que você se tornou vai tirar de letra essa nostalgia que a toma, talvez não hoje, nem amanhã, mas vamos lá menina, você consegue. Se for preciso, abrace seu travesseiro quando nenhum abraço estiver disponível. Fique em silêncio, deixe seus pensamentos vagar por algum tempo na sua cabeça. Respire, não olhe mais para cima tentando fazer com que as lágrimas voltem para dentro dos olhos. Ponha-se a chorar: esvazie de você esse monte de gotinhas frívulas que teimam em intensificar e apertar esse nó na sua garganta. Libere. Mas prometa-me que após isso, preencherá esse vazio pós-desmorono com o seu melhor sorriso. Calma, menina, o mundo não precisa saber que você foi dormir chorando. E me ouça mais uma vez, já que não consegue se auto-compreender: seus medos só se tornam reais se você os colocar no lugar dos seus sonhos.

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"Dê atenção ao que tem sintonia com você. E toque sua vida, sem agredir."

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