domingo, 1 de maio de 2011

Minhas palavras pra você

Estive em uma noite por aí, imersa a vontade e a necessidade de te ver, meu intuito estava intacto, era vontade de você. Um sorriso - mesmo que não meu - continua a me encantar, como criança que ganha um doce. Chegava a ser absurda a força dos meus pensamentos até você, será que pôde sentir isso? Porque parecia mais mensagens enviadas intelectualmente do que pensamentos soltos em mim. Se fosse possível, eu enviava pra você tudo o que eu penso, ou melhor dizendo, tudo o que eu guardo na cabeça e não tenho a ousadia de contar um terço do que gostaria ou ensaiei. Ensaios não são a peça principal, são só rabiscos, ideias para montá-la, mas ainda sim pode correr o risco de sair tudo contrário. São como versos soltos, despidos de coragem, vestidos de receios e sensibilidade.

Gostaria que não fosse tão recíproca a intensidade das palavras pra você que guardo em mim, e chega a transbordar a necessidade de dizê-las, mas não o farei. Nada, nadinha. De tal forma que possa me arrepender depois, e chega a ser errado a omissão delas, sem o risco de receber a resposta de uma pergunta que faço para mim mesma, não para você. Não necessariamente. De algumas formas, procurei cultivar você em terreno alheio, desconhecido. Quer dizer, não propriamente desconhecido, porque já havia estado lá antes, e apesar de não ter sentido nada demais, dessa vez foi diferente e de ponto extremo de desconforto por você ter aparecido por trás dos meus olhos fechados, trêmulhos e franzidos. E o mais desconfortante foi de olhos abertos ainda visualizar você, não nos outros, mas dentro de mim, com a presença fortificada a cada tentativa de fugir disso. Novamente lá estava eu, tirando proveito de uma situação nada proveitosa, mas que teimo em acreditar que não me arrependerei. 

E a sensação de ter feito tudo errado me frustra e atiça ainda mais meus conflitos internos. E sozinha, pensando no que farei a respeito, penso no que direi para você como desculpa de que posso fingir tão bem quanto você que não me importa os ares percebido entre a gente (que todos deixam explícitos que existe algo, mas que preferimos nos passar por despercebidos, fingidos). Pois eu digo, se o tempo não estiver a favor de desprender as palavras presas na boca, a incerteza fará com que continuem omitidas; não mortas, não esquecidas. Guardadas. Esperando o momento certo para serem pronunciadas. Mas, se o seu silêncio permanecer, mesmo que não por sua vontade, as palavras tenderão a sumir antes de serem ditas. E então eu não direi nada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

"Dê atenção ao que tem sintonia com você. E toque sua vida, sem agredir."

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...