domingo, 1 de maio de 2011

Sobre o tempo.

Pedi ao tempo que me desse força. Pedi ao tempo que não me deixasse para trás - embora eu realmente estivesse ficando por conta própria. Presa aos laços que aos poucos foram transfomando-se em nós, pedi ao tempo que me desse liberdade para desfazê-los. Porque apartir do momento em que os laços que antes julgava ser essenciais passaram a ter nós nas pontas - e logo no fio todo - ele deixa de ser um laço. É como se um sonho bom virasse ruim, denominando-se pesadelo. Pedi ao tempo que meus pedidos se tornassem reais. Pedi ao tempo que eu aprendesse a lidar com as idas, e com as perdas; porque quando um se vai, outro chega e assim sucessivamente. Pedi ao tempo para esquecer lembranças que eventualmente prolongavam minhas feridas. Pedi ao tempo que me mostrasse quais escolhas eu deveria fazer. Pedi muita coisa ao tempo, algumas até pode-se dizer que foram realizadas. Mas não era o tempo que as realizaram, o tempo apenas me mostrou que a chave estava nas minhas mãos, eu só teria que encontrar a fechadura que se encaxaisse nela e então quando chegasse a hora eu saberia. Após algum tempo, passei a enxergar que os motivos das minhas mágoas estavam mais no costume de carregá-las que esqueci de soltá-las no caminho e continuar caminhando. E foi aí que joguei tudo no chão, seguindo estrada apenas olhando pelo retrovisor; mas não por dó de ter as deixado, mas pela precisão de não ter que carregá-las futuramente. O tempo poderia ter me mostrado as escolhas que eu deveria fazer, mas havia dois lados, e foi preciso provar do ruim para saber qual me proporcionaria as coisas boas. E com isso, aprendi que o tempo na verdade não realizou os pedidos que eu havia feito. Ele apenas me ensinou o que eu tinha que aprender.

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"Dê atenção ao que tem sintonia com você. E toque sua vida, sem agredir."

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