quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Uma carta para mim mesma


Sabe, eu vou falar o que eu acho. Eu acho que eu deveria começar uma carta para mim mesma de uma forma saudosa e até formal, mas estou de estômago vazio e com um pouco de pressa para expressar o que estou pensando antes que tudo se esvaia e Bum!, eu não consiga desenvolver isso. Entra tantos conselhos dados para amigos e conhecidos sobre diversas situações, acho que eu mereço um tempo comigo mesma para também me aconselhar de algumas coisas. É claro que isso não garante que eu vá colocá-los todos em prática, mas eu posso trabalhar nisso. Muita coisa complica a nossa cabeça, a cada segundo que passa algo está mudando, seja aqui no meu quarto ou lá no Japão. A cada segundo, alguma coisa acontece, alguém morre, um bebê nasce, um casal tá trepando, alguém tá chorando, alguém tá esperando, se decepcionando, amando, se iludindo, se enganando, enganando alguém, roubando alguma coisa, abraçando, beijando, rindo, escrevendo, assistindo, dormindo, bebendo, comendo, etc. Enfim, a cada fração de segundo uma ação é feita, o mundo não pára. E eu percebi que tão pouco o mundo vai parar pra assistir a nossa depressão quando somos magoados. Não... É besteira esperar que alguém cure a nossa dor. Mesmo que seja reconfortante saber que existem pessoas que se preocupam com a gente e realmente querem o nosso bem, não é suficiente se nós mesmos não acreditamos que iremos ficar. Porque não precisamos de palavras solidárias para acreditar que somos capazes de superar qualquer dor, por mais intensa que ela seja. E pra quem não acredita, o tempo é capaz de ajudar sim, e muito. Ele pode não curar, mas ajuda nesse processo. 

Da mesma forma que as coisas uma hora ficam terrivelmente péssimas, também chega uma hora em que elas têm que melhorar. Como já dizia Chico Xavier, temos que saber aproveitar cada momento, pois eles passam, independente de serem bons ou ruins. Apenas passam. E cabe à nós decidir o que iremos levar desses momentos. Eu sinto falta de algumas coisas e isso sempre me deixa meio nostálgica, mas eu tô num momento da minha vida em que eu preciso entender que tudo tem seu ciclo, a gente sempre vai conhecendo novos lugares e pessoas que tomam um espaço especial dentro da gente. E por mais egoístas e defeituosos que sejamos, todos nós somos humanos e precisamos acreditar, nem que seja em alguma coisa impossível. Mesmo que seja denominar fé, mas precisamos acreditar em alguma coisa. Se o coração tá magoado, aprende a cuidar dele com mais cautela, com paciência; coração não é bicho de estimação que a gente dá comida quando deixa um tempo com fome e depois tá tudo certo. O nosso coração é o bem mais precioso que temos, é nele que nós cultivamos nossos sonhos, nossos desejos, nossas vontades, nossas bondades, nossas verdades. E por mais que ele se engane, que ele seja despedaçado, jamais devemos permitir que outra pessoa esfrie o calor que possuímos dentro dele. Ninguém tem o direito de roubar isso da gente, de nos fazer desacreditar, apagar o brilho dos nossos olhos, a vontade de sonhar. Não importa o quão magoados estejamos, mesmo que seja difícil e complicado, isso é um desafio que precisamos enfrentar. A gente pode até entregá-lo para outra pessoa, mas precisamos estar sempre à postos, para socorrê-lo quando os dias ruins chegar. E eu espero, com toda a minha sinceridade, que eu não chegue ao ponto de desistir de cuidar de mim, do meu coração e nem deixar morrer tudo o que nele tem de bom, não importa o que aconteça. É uma ordem eu não me deixar se fazer infeliz, porque tudo o que eu quero dessa vida, é simples: quero ser feliz, quero sonhar, realizar e cair quantas vezes forem necessárias para aprender que eu preciso estar de bem comigo. Esse é o meu conselho para mim hoje: me cuidar.

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"Dê atenção ao que tem sintonia com você. E toque sua vida, sem agredir."

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