domingo, 17 de junho de 2012

Que essa paixão intensa, permaneça


A gente costuma pensar que aquele fogo, aquela empolgação por uma pessoa quando descobre que tá apaixonado dura uns três, quatro meses. E que depois o que era quente vai esfriando, a empolgação vai acabando. Mas pára! Isso é desculpa pra quem não sabe lidar com essas coisas, não sabe que o fogo não continua aceso se você não faz vento, deixa a piada perder a graça ou ainda não viveu alguma coisa tão forte e intensa capaz de deixar sem fôlego, capaz de doer o coração. Digo doer porque dói sim, por uma sequência de aspectos que se eu parasse pra falar, palavras não caberiam nesse rascunho. Eu penso assim: a gente se acostuma a conhecer pessoas sempre tão igualzinhas, legaizinhas, bacaninhas, engraçadinhas, mas é tudo tão "inhas", tão pequeno. A falta de grandeza nas pessoas faz a gente pensar que nada mais dura, nada mais é tão interessante a ponto de prender a atenção a longo prazo. Lamento por quem não conseguiu viver alguma coisa tão intensa, mas relativamente, intensidade depende da capacidade de sentir de cada um. Olha, eu sou tão intensa que chego a ser exagerada. Talvez eu seja um pouco daquela represa que sangra em dia de chuva pesada, que transborda, alaga tudo. Um oceano profundo de emoção. Penso que, talvez eu seja um pouco Clarice: tão sensível, intensa e expressiva. Talvez eu tenha um pouco daquela sinceridade curta e grossa da Tati. E do Caio, ah, nem me fale, se ele estivesse aqui, com certeza me entenderia. Mas olha que engraçado, ele não está, mas entende e descreve em cada linha e entrelinha as minhas dores, alegrias e situações vividas. Talvez eu seja um pouco da maldade e ignorância que as pessoas absorvem do mundo. Talvez eu seja a doçura e a inocência de uma criança ou um bichinho de estimação. Talvez eu não seja tão insegura ou segura. É, talvez eu seja um pouco de tudo isso que citei. Talvez eu seja tudo, ou um pouco. Mas já que eu sou, o jeito é ser.

Hoje sentei no banco do ônibus e encostei a cabeça na vidraça assistindo a vida passar por uns 50 minutos. Eu tava pensando nisso, no quanto eu sinto saudade de uma pessoa que vi a pouquíssimas horas, no quanto é forte a presença dele quando ausente. No quanto isso cresce dentro de mim, e faz tanto tempo... Aquela primeira sensação gostosa de quando a gente se apaixona não foi embora. Ficou e vem aumentando, sabe? Parece que vou explodir e crio cabelos brancos com isso. E dei aquele sorriso automático de fazer o coração dar pulinhos de felicidade quando mais uma de tantas vezes ele me afirma que a sensação de quando nos apaixonamos não só é a mesma como tem aumentado e melhorado a cada dia. Será que eu aguento essa felicidade que, aparentemente está tão permanente? Eu larguei de mão o medo, agora não tem segredo, deixo nas mãos do Deus que eu acredito que reserva coisas boas que se encaixam em mim, da mesma intensidade que me criou. Talvez tenha criado ele da mesma forma, e juntou a gente no propósito de somar e multiplicar, de amar e dividir tudo o que se tem, vivendo em conjunto na cumplicidade que eu só tenho com ele. Desculpa quem não acredita no amor, mas ele vem tornado meus dias mais sustentáveis e aceitáveis. 
 E a minha felicidade está no sorriso que arranco dele, da risada que gera a minha e das articulações que já até decorei. Meu aconchego tá no abraço dele, que me aquece mais do que qualquer agasalho bem equipado pra proteger do frio. Ou das cócegas que ele faz pra ouvir a minha risada escandalosa e meus ataques pra rebater. Minha alegria é acordar e saber que ele existe e que por coinscidência ou destino ele me achou. Que bom saber que minhas preces são ouvidas atentamente todas as noites, pra isso que eu sinto nunca diminuir, pra essa empolgação não acabar. Ele pode não acreditar, mas me ganha um pouquinho - ou muito - a cada dia, só com as coisas simples, só pelos detalhes. Porque amar é como ter um jardim: é preciso cuidar, cultivar e semear, pra depois colher a recompensa de volta e que seja recíproca. É como ter um pássaro na mão, sabendo que ele pode voar, mas deixá-lo livre pra escolher onde quer pousar. Talvez ele não sinta o mesmo. Talvez isso tudo termine daqui alguns meses, ou talvez dure uma vida inteira.

2 comentários:

  1. Nossa que texto belíssimo, eu costumo dizer que a intensidade quis se fazer intensa em mim, porque tudo o que faço,o que sou é de ser inteira. Meios termos não me caem bem. Adorei o blog, se puder me siga, estou te seguindo.

    Beijos, ótimo fim de semana.

    http://venenosemacas.blogspot.com.br

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    Respostas
    1. Mas que querida você, fico feliz ao ler isso. Espero que continue gostando daqui, e venha sempre que puder.
      Beijão!

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"Dê atenção ao que tem sintonia com você. E toque sua vida, sem agredir."

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