quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Início, meio e sem fim

Percebi que uma força maior e inexplicável nos uniu quando pela primeira vez ao tocar na minha mão, naquela noite de algum dia da semana enquanto você me esperava voltar do cursinho, um arrepio da ponta do pé aos fios mais duplos de cabelo me fez sentir que você certamente não me soltaria mais. E foi aquelas risadas acanhadas e verdades escondidas nas brincadeiras que fazíamos sem perceber que criávamos um laço que foi ganhando intensidade pra que, aos poucos, pudéssemos formar espaço na vida um do outro e conquistar um lugar no coração que pedia muita atenção e cautela, pra tecer cuidadosamente a teia que inicou esse sentimento que ao invés de se desgastar com o passar do tempo, só faz crescer um pouquinho mais a cada instante, e juntos nesses meses todos viemos passando por cima de cada obstáculo do dia a dia pra superar mais um dia corrido, e fazer esse relacionamento dar certo. Você, que me veio quem sabe enviado pelo destino por tantas preces que fiz noites a fio, esticando minha desistência e enfraquecendo a minha resistência em fazer as coisas por mim mesma sem saber lidar com elas, tive que aprender a esperar e me contentar com a desculpa de que ele ajeitaria tudo pra que você me encontrasse. Quer dizer, pra nós nos encontrarmos. Era tão estranho olhar pra alguém e ver tudo o que eu sempre quis, e sentir minha intuição gritar me dizendo que eu não tinha que ter medo. O amor havia chegado junto com você, e eu te amei desde o primeiro instante, hoje minhas conclusões fazem sentido. Eu sei, deve ser muito clichê falar sobre isso, mas o amor é o clichê mais real e indiscutível que existe.

Nas conversas em turmas me pegava observando cada gesto que você fazia, sempre com muito cuidado pra que ninguém e principalmente você percebesse minha total desatenção nos assuntos que não incluíssem o quão estonteada sua presença me deixava, como se um botão de "mute" fosse ativado e tudo ao redor lentamente ia se movendo e desfocando, como se só você estivesse ali. Muitas vezes isso já ocorreu. E era engraçado a minha resistência quanto a isso. Alguém como eu, que sempre procurou manter total independência (com coisas e pessoas) e equilíbrio, no começo sempre quando dá a perceber o certo envolvimento, a gente sempre tenta desconversar e com uma risadinha nervosa diz ser coisa da cabeça alheia. E o que eu tinha na cabeça quando tentei achar uma brecha pra escapar do que estava por vir? Não tem como desmentir quando se está consigo mesma e o pensamento não foge da pessoa que se está interessado. De repente você se pega pensando toda hora, todo minuto e todo segundo naquela pessoa, e conclui que algo está errado. Digo, não errado de ser algo indesejável, mas algo errado de que tudo indica que o amor está chegando. Na verdade às vezes já chegou, já tomou de conta, mas a gente gosta de dificultar as coisas e se fazer de difícil, quando na verdade tudo o que mais quer é se jogar e viver uma história com alguém. De construir aos poucos e ver a evolução disso. Mas acontece que na maioria das vezes nos fazemos de difíceis pra ter certeza de que o outro não vai desistir logo no primeiro "não" e se convencer tão fácil, mas sim persistir. Dos próls e contras, o coração falava mais alto do que até mesmo a minha razão que esteve comigo durante tanto tempo antes de você aparecer e me mostrar que eu estava errada achando que estava feliz sozinha. Logo eu, que precisava tanto de um colo pra segurar minhas aflições.

E aí como se não bastasse capturar e resgatar tudo de bom que tinha no meu coração tão desgastado pelas peças pregadas pelo destino, você me fez acreditar e confiar que não só o amor você me daria, mas também me daria a amizade e o companheirismo que se pode obter em uma relação como essa. Quando me perguntavam se eu tinha um melhor amigo, não sei porquê, mas pensava: "Ele, ele é o meu melhor amigo. O meu amigo é o meu amor, também". Afinal, pra ser amor também tem que ser amizade. Por tudo o que você se tornou, não todo dia, mas quando necessário, sempre me confortava murmurando no meu ouvido "Pode contar comigo, eu tô aqui". E era isso que me passava toda a segurança que eu sempre quis sentir, mas que só você de algum jeito conseguiu despertar em mim. No fim da tarde no calor infernal e o ar abafado do quarto, naturalmente nossos corpos já são quentes, o seu não preciso nem falar o quão febril chega a ser e em como eu pego no seu pé quanto a isso com "vai passar uma água fria nesse corpo, vai" ou "vai tomar um banho gelado pra ver se esfria" sempre com ênfase no "quente". Mesmo que eu seja tão calorenta e sue com facilidade em dias de verões (que não é lá minha estação preferida), esqueço a quintura até mesmo com a sua presença, se ela ofusca qualquer outra coisa ao redor.

Geralmente nossos programas são sempre entre nós cinco: eu, você, você, eu e o nosso amor. Como você sempre diz, não é mesmo? Olha, quanta coisa você mudou, mesmo que as mais simples e menores que sejam como morder minhas bochechas cheias e dar cócegas agonizantes na minha cintura. Ok, qualquer um que cometa esses delitos pode-se considerar morto ou fatalmente exposto a minha fúria e irritação por ser algo que eu sempre detestei. Mas você tornou isso mais tolerável e até que eu gosto quando em uma das nossas brincadeiras você vem todo menino fazendo essas coisas pra me fazer gargalhar, talvez por gostar da minha risada de criança de 4 anos. Com meses após o nosso "pré-enamorados", ainda é visível e percebível as reações após os sinais do começo do romance. Meu sorriso torto e bobo observando você cochilando quando você de repente me pega no flagra e sem sucesso fecho os olhos pra que você pensasse que eu também estivesse pegando no sono. Mas mesmo sonolenta, deitada ao seu lado, minha atenção se vê toda voltada à você. E com toda a intimidade que temos um com o outro, meu rosto arde de timidez quando te flagro olhando pra mim intensamente. E eu gosto. Só não gosto das brigas, o que necessariamente é normal em uma relação, pois nenhuma se é só feita de flores e mel. É preciso desentendimentos e sangue quente, a voz contraditória e a opinião contrária. É nessas que se for de verdade o que se quer e grande a vontade de fazer dar certo, a conclusão e o acordo será certo. Algum lado vai ceder, o orgulho não pode ser maior que o amor; a reconcliação há de fortalecer. Sei que não sou fácil, tenho um gênio forte demais, e mesmo que não ache certo mudar quem sou por qualquer pessoa que seja e acreditar que deva me aceitar como sou, ainda sim aceito melhorar o que for de ruim em mim, por você. Não me vi fazendo isso por ninguém mais, de tão marrenta e teimosa que sou.

Agora veja, o ano está acabando, devo dizer que mais realizada não posso estar, minhas listas de desejos pra 2011 completou-se e você foi uma das maiores conquistas. Em meados de junho decidi relatar todos os nossos passos e evoluções a cada mês; tudo o que eu senti antes, agora e o que pretendo no próximo ano. E no próximo, e no próximo, por muito tempo. E claro, espero que seja assim também, pra você. Espero ser tão importante quanto você é pra mim. E que a cada mês só se faça forte o sentimento que construímos um pelo outro; que seu coração continue acelerando com a minha chegada, que seu estômago revire esperando pra me encontrar outra vez e que também dê uma dorzinha ao se separar de mim por algumas coisas, um ou dois dias. Que você anceie a minha chegada, e me lembre todo dia que eu sou o seu primeiro e último pensamento do dia; e não esqueça de chamar eu de sua pequena, confesso que não tem sensação melhor que ouvir isso. E garanto pra você: sinto tudo isso e mais um pouco, como se todo dia fosse a primeira vez; a primeira sensação. Que a nossa música nunca pare: "Can't stop, won't stop". E como inspiração de todas as minhas palavras e textos (diga-se de passagem até um pouco melosos), você é o ponto que eu não quero que se torne definitivo pra acabar a história. Apenas de um parágrafo, pra logo em seguida começar outro, e mais outro, e mais outro... E que sejamos sempre um recomeço. Pra ser assim: meu início, meio e, fim. Mas não fim de se acabar, só fim de mais um dos tantos parágrafos que acrescentamos nesse nosso romance de outono.

7 months with you.

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"Dê atenção ao que tem sintonia com você. E toque sua vida, sem agredir."

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