domingo, 15 de janeiro de 2012

Eu não me importaria

Se fosse pra alugar um chalézinho na serra durante o fim de semana e se isolar do mundo onde só houvesse eu, você, um violão e um céu quase tão imenso quanto o nosso amor, e as estrelas o celebrassem no manto celeste a nos acolher. Eu não me importaria se perdermos o horário e resolver passar o resto da manhã embalados no sono e na companhia um do outro. É, eu não me importaria. Nem se tivesse que passar todo o tempo necessário com você, ainda não seria suficiente. Nem que você enjoasse de mim, eu me reinventaria. Aliás, eu não me importaria se fosse preciso renovar. Eu não me importaria se tivesse que levantar às 8h e bagunçar a cozinha tentando montar um café-da-manhã numa manhã de domingo e levar pra você na cama, se depois voltássemos a dormir e fazer nada o dia inteiro. Eu não me importaria se o dia estivesse nublado e a previsão fosse só chuva, pois daríamos um jeito de driblar o tédio com filmes e pipocas, ou algo mais. Se você tivesse  que se ausentar com a garantia de voltar pra mim. Se você quisesse tornar a tarefa de lavar a louça do jantar mais divertida jogando água para todos os lados ensopando a minha roupa e depois propusesse um banho a dois. 

Eu não me importaria se você me surpreendesse em uma segunda-feira aparecendo no fim do meu expediente para me levar pra jantar em um barzinho popular. Se de um jeito desengonçado me convidasse para dançar sem nenhuma música tocando. Eu não me importaria se tivesse que desfilar pelo seu quarto só de calcinha e sutiã, e como pretexto usar aquela sua camisa xadrez que mais parece caber três de mim dentro dela por eu ser tão minúscula. Se você me colocasse pra dormir com cafuné e quase adormecendo ouvir você sussurrar baixinho um "eu te amo, minha pequena". Ou se me acordasse com mordidinhas e beijinhos; ou cócegas por eu ser tão sonolenta e resmungar. Eu não me importaria se tivéssemos uma briga daquelas, se depois percebermos que um sem o outro não é completo e a reconciliação só nos fortalecesse. Eu não me importaria em morar com você em um pequeno apartamento e juntar as escovas de dente; em construir uma família com você. Sem fazer questão de papéis e igreja, só uma aliança pra simbolizar e uma estadia simples e confortável ao seu lado. Ignorando todas as regras da sociedade e comentários de que morar junto perde a graça. E que graça tem em ficar longe, adiando a vontade? E se a saudade só for necessária pra quem não é capaz de ter um convívio sem deixar a rotina tomar conta? Eu não me importaria. Não, eu não me importaria em passar o resto da vida com você.

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"Dê atenção ao que tem sintonia com você. E toque sua vida, sem agredir."

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