quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O frio, A quente


Ele mentia. Ela fingia acreditar. Ele sabia que ela fingia acreditar. Ainda sim ela o amava. Ainda sim, as mentiras dele eram reais. Ela era quente. Ele frio. Ela doce. Ele amargo. Amor e ódio. Juntos, uma combinação quase perfeita. Opostos. Verdade. Mentira. Apesar de tudo, ambos precisavam um do outro. Ambos eram essenciais. O cinismo dele o deixava ainda mais sexy. A inocência no olhar dela o excitava. Ainda sim, ambos precisavam um do outro. Ele costumava jogar, e ela era sua adversária preferida. Talvez, a única; as outras costumavam serem peças do seu tabuleiro.Todas manipuladas e descartadas. Todo dia ele ia embora, mas sempre voltava. E nessas voltas, as mesmas ladainhas: "Senti sua falta", "Você sabe que eu te amo". Não, ela não sabia. "Pra quantas depois de mim você diz isso?", era o que ela sempre questionava. Na verdade, ele dizia isso para muitas, mas não era pra muitas que ele costumava dizer isso de verdade. Ele era de muitas e apesar disso, ela era somente dele. Mas havia um ponto no qual no fundo ele sabia: ele não pertencia de fato as outras. A diferença dos dois os tornavam iguais. Igualmente diferentes. Tinham os mesmos pontos de vista, ainda sim, opostos. Ela tinha um coração. Ele fingia não ter, só para não ter que admitir que seu coração, pertencia a ela.

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"Dê atenção ao que tem sintonia com você. E toque sua vida, sem agredir."

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